PHOTOGRAPHY of Christian Trombetta

sábado, 19 de janeiro de 2008

PHOTOGRAPHY of Christian Trombetta

Nubian Lady - South Sudan

Dinka boy and cow in Tonj - South Sudan

Tobacco - South Sudan

Cows - South Sudan

Antonov with supplies - South Sudan

At the Orphanage of Rumbek - 1

At the Orphanage of Rumbek - 2

Bicycles in Tonj - South Sudan

Dinka Lady in Rumbek - South Sudan

Yirul Lake - South Sudan

Nile River - South Sudan

Cows, Tonj - South Sudan

Tailor tree and Rumbek market - South Sudan

Cathedral - South Sudan

Easter Mass in Rumbek

Dinka looks - South Sudan

Dinka Girls - South Sudan

Gereida Market - Sudan - Darfur

On the shores of the Nile, in Juba - South Sudan

Still Juba - South Sudan

Hatching at Rumbek - South Sudan

Kids of Darfur

Sheik in Gereida - Darfur

Selling grass - Darfur

Fetching fire wood in Darfur

Merchant - Darfur

Selling spices under the tree - Darfur

Business and Prayer - Gereida - Darfur

Gereida Market - Darfur

Tailorman - Darfur

Carpenter - Darfur

Merchant and sons - Gereida - Darfur

6.30 am in Darfur

Masaai - Kenya

Rainbow at Masai Mara - Kenya

Mombasa Ferry - Kenya

Lake Baringo - Kenya

Dust

Parque Ibirapuera - São Paulo - Brasil

Tabatinga - Brasil

Boat - Brasil

São Paulo - Brasil

Architecture - São Paulo - Brasil

Descanso do palhaço - São Paulo - Brasil

Sala de ensaio - OSESP - São Paulo

Rio. Comunidade.

Interior de São Paulo

Acampamento MST - Divisa com Mato Grosso do Sul

Incendio em canavial no interior de Sao Paulo

Buenos Aires.

São Paulo.

Hinterland cow.

Usina de açúcar.

2 comentários:

Unknown disse...: SIMPLESMENTE MARAVILHOSO!!! SEM PALAVRAS....PARECE QUE CADA PALAVRA LIDA ERA UMA SENSAÇÃO DIFERENTE....UM MISTO DELAS...LÁGRIMAS....LINDO, LINDO, LINDO...VC CONSEGUIU PASSAR MUITA EMOÇAO EM SUAS DESCRIÇÕES E FOTOS...A VONTADE É DE ESTAR LÁ, TENTANDO AJUDAR DE ALGUMA MANEIRA....E CRESCER PRINCIPALMENTE ESPIRITUALMENTE COM ESSA EXPERIÊNCIA!!! PERANTE ISSO TDO, SINTO QUE RECLAMAMOS DE NADA!!!
OBRIGADA POR PROPORCIONAR ESSE APRENDIZADO...ESSA EXPERIÊNCIA!!!; 14 de janeiro de 2011 às 11:31
anna disse...: stupende poesia pura; 22 de maio de 2019 às 05:29

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Christian Gilberto Trombetta

Christian Gilberto Trombetta, um suiço com alma de brasileiro. Um suiço apaixonado pelo Brasil. Um suiço ao qual provavelmente tivessem perguntando em que pais gostaria de nascer, diria Brasil. Mas não quis assim o destino. Ele nasceu na suiça. Um cidadão do mundo. Que já viajou e morou em vários pontos planeta. E que agora firmou sua âncora no Brasil. Quem já assistiu o programa 50 por 1 do Alvaro Garnero não o viu, mas viu tudo o que ele produziu pois foi o coordenador de produção desse programa na TV Record, criando viagens bélissimas para as várias temporadas do programa. Pois quem melhor que um cidadão do mundo para falar dos melhores lugares do planeta para se visitar?

Antes de retornar ao Brasil morou no meio do deserto da Africa, onde fez parte de um projeto ligado a Onu e onde fez o trabalho fotográfico aqui exposto . Hoje esta na nossa região a frente do Grupo Chainça de Cinemas para trazer mais cultura para a nossa região.

Mas uma coisa que não abre mão é de sua arte: Fotografia e pinturas. Uma pessoa que busca através da fotografia e da pintura uma visão completamente diferente do que já foi mostrado. Uma pessoa que relê a natureza com um olhar próprio e unico.

christian.trombetta@ticino.com
(17) 9606 7577

ESPERANCA A PROVA DE BALAS

ESPERANCA A PROVA DE BALAS

Quando se pensa em África, as primeir as idéias que vêm à mente são de seca e fome, guerra e morte, dor e sofrimento. Não é de se admirar. São essas as imagens que se multiplicam diariamente nas telas de TV e nas páginas de revistas e jornais. Eu não esperava nada diferente disso quando aterrissei numa pista de terra vermelha no meio do nada, em Rumbek, sul do Sudão – um dos países do continente mais castigados por toda sorte de flagelos.

De fato, tudo isso também é verdade. Mas logo percebi que aqui existe um outro lado da moeda, uma beleza que dificilmente ultrapassa as fronteiras do país: sorrisos, alegria, amor, dignidade, orgulho e, sobretudo, esperança, muita esperança. Eram essas as imagens que eu desejava mostrar, pois acredito que são importantes para qualquer pessoa e, principalmente, para essa gente, que carrega uma profunda beleza dentro de si. Quero que sejam vistas assim: alegres. Os olhos, a profundidade do olhar dessa gente, sobretudo das mulheres, assim como o intenso brilho nos olhos das crianças, são o que mais me impressionou.
Imagens de beleza. Imagens da alma. Imagens do coração. Imagens dos lugares e das mais diferentes situações. Um turbilhão de imagens. Imagens maravilhosas que passavam na minha frente a toda hora.

Imagens de um Sudão que não imaginava ver. Imagens de amor. Imagens de vida e de esperança. Praças, mercados, reuniões à sombra das árvores, pessoas andando nas ruas de terra, crianças brincando em frente das casas destruídas pela guerra, milhares de cabeças de gado, lojinhas vendendo os produtos mais inusitados, igrejas, missas, celebrações e rituais tribais, funerais e casamentos, festas e tribunais – onde quer que eu fosse, tudo parecia um filme, um álbum de fotos. Meus olhos se enchiam de visões que desejava capturar e, com a minha câmera, comecei a registrar tudo o que podia.

A dignidade no olhar das mulheres sudanesas faz com que se esqueça por alguns momentos do quanto são vítimas das rígidas tradições tribais. Sempre a favor dos homens, são essas regras sociais que as mantêm fora da escola e dentro das estatísticas de analfabetismo e dos abusos da guerra. Apesar de tudo, essa dignidade transparece o tempo todo não só nos olhos, mas também na atitude: na forma como se cuidam, nas roupas que vestem, nas cores alegres e vivas que usam. Elas espelham em si mesmas uma contradição desconcertante: são pobres por fora e ricas por dentro. São frágeis, mas fortes. Sofridas, mas belas. Vítimas, mas guerreiras. São excluídas, mas indispensáveis.
Transmitem tamanha vontade de viver e demonstram isso com o amor que sentem pela vida, pela família, pelas crianças. Não deixam de acreditar, nem de sorrir.
Os filhos que essas mulheres geram e criam representam um desdobramento desse estado de espírito. Filhos da guerra, eles espalham alegria. Você anda pelas vilas e logo se vê cercado por centenas de crianças sorridentes e alegres. Cumprimentam, querem apertar a sua mão, perguntam o seu nome. Quase sempre descalças, com roupas muito simples (quando as têm), elas são o símbolo da liberdade que os sudaneses esperam um dia alcançar. Brincam, como se fossem qualquer criança de um país em tempos de paz, com as coisas mais simples de que dispõem, seja uma bola ou um velho aro de bicicleta. E contagiam com a alegria e a pureza que carregam. Do momento em que tiro a máquina fotográfica do bolso até o instante do clique, o número delas em frente à lente quadruplica. Todas querem ser fotografadas. Quando mostro o resultado, riem alegremente.

Não esperava tamanha mudança na minha vida quando, da tranqüilidade de meu cargo de diretor de eventos em uma empresa na Suíça, aceitei em 2005 um convite para trabalhar no Sudão. Nossa missão aqui é cuidar de acampamentos que servem de apoio para as várias organizações internacionais que atuam em operações humanitárias e no monitoramento da paz. Isso inclui desde providenciar alojamentos, alimentação, água e transportes até gerenciamento de segurança e auxílio nas operações de retiradas de minas. Não demorou muito, porém, para que o trabalho começasse a se misturar com a minha paixão pela imagem, e entendi que, na verdade, meu emprego era uma espécie de pretexto para viver e participar da vida local.

Queria capturar a verdadeira alma da região e do seu povo, momentos da vida cotidiana que raramente são vistos. Hoje, cada vez que olho para as minhas fotografias lembro-me dos momentos, das pessoas, do que sentia no fundo do meu coração ao viver uma das experiências mais intensas da minha vida. Sempre carregarei essas pessoas, essas mulheres e crianças em meu coração. E quero mostrar esse lado do Sudão por meio de imagens que, para mim, representam uma beleza necessária de ser vista, conhecida. Denunciar as atrocidades da guerra é essencial, mas não é somente exibindo o sofrimento que se transforma um país. Creio também na eficiência do amor e a felicidade, que no Sudão teimam em sempre querer sobreviver, como se fossem – e talvez sejam – à prova de balas.

- Christian Trombetta - Photography

sábado, 19 de janeiro de 2008